Porsche foi entregue novo a Jochen Rindt, sendo transformado em automóvel de ralis quando já não era do malogrado piloto.
São muitas as singularidades da vida de Jochen Rindt, o único campeão do Mundo de Fórmula 1 a título póstumo. Ele que em 1967 recebeu um dos primeiros Porsche 911S (que agora se encontra a leilão), que vendeu quando a Lotus lhe atribuiu como automóvel de estrada… um Ford Mustang.
As particularidades de Rindt começam logo com o seu nascimento e nacionalidade. Nascido, em 1942, na alemã Mainz, com dois anos, após os seus país terem morrido num bombardeamento Aliado, foi viver com os avós para Graz, na Áustria.
Adoptou para sempre a nacionalidade austríaca, correndo sempre sob essa bandeira, até ao dia da sua morte, em Monza, a 5 de Setembro de 1970.
Recuando no tempo, Rindt estreou-se em competição com 19 anos, tendo chegado à F. 1 três anos mais tarde, disputando o G.P. da Áustria de 1964 com um Brabham-BRM.
Vencedor no ano seguinte das 24 Horas de Le Mans – fazendo dupla com Masten Gregory, ao volante de um Ferrari 250LM da NART –, foi também nesse ano de 1965 que começou a colaborar com a Porsche, vínculo que permaneceria até à morte.
Nesses anos, Rindt pilotou os 906, 907 e 910 e o 908/02. Em Junho de 1967, em reconhecimento pelos seus serviços à Porsche, Rindt recebeu, através da Porsche Konstruktionen KG Salzburg, um dos primeiros 911S (o chassis 308139S), pintado em “Bahama Yellow”, com que se apresenta actualmente.
Era com o 911S que Rindt se deslocava por toda a Europa, de circuito em circuito, até que em 1969 assinou pela Lotus, que lhe atribuiu como automóvel de estrada um Ford Mustang (resultado do facto de a Ford ser o fornecedor de motores do Team britânico).
Rindt decidiu vender o Porsche, que retornou a Salzburgo, onde foi preparado para participar em ralis, competindo em 1969 e 1970.
Retirado das competições, o chassi 308139S passou pelas mãos de vários proprietários austríacos, sendo que um deles o transformou para parecer um 911 Série G, o que era comum na época.
Acabou por chegar às mãos do renomado historiador da Porsche Dr. Georg Konradsheim e, em 2011, foi adquirido pelo seu último proprietário, um vienense que o mantém até agora.
Foi então totalmente restaurado, devolvido às suas cores e especificações originais, recuperando a pintura “Bahama Yellow” e o interior em couro sintético preto.
Em leilão até ao final desta semana, através da RM/Sotheby’s, a leiloeira não divulga o preço estimado, mas sempre vai adiantando que só o restauro a que foi submetido custou mais de 200 mil euros…
Foto: RM/Sotheby’s

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