Stratos no Monte Carlo: uma história gloriosa

Faz hoje 50 anos que Sandro Munari iniciou o rali que venceu três anos consecutivos com o singular Lancia.

Dia 15 de Janeiro de 1975. Faz hoje 50 anos. 96 equipas arrancam para a 43ª edição do Rallye de Monte Carlo. A dupla Sandro Munari-Mario Mannucci parte para aquele que viria a ser o primeiro de três triunfo consecutivos do Lancia Stratos, escrevendo o primeiro capítulo de um tríptico de uma história gloriosa.

É certo que o Stratos – materialização em veículo de estrada a partir do concept Zero, desenhado por Marcelo Gandini, então na casa Bertone – já tinha obtido outras vitórias.

A primeira, em Espanha, no Rally Firestone, também com a dupla Munari-Mannucci, e depois, com a mesma formação, no Tour Auto de 1973.

Homologado em Grupo 4 apenas a 1 de Outubro de 1974, o Stratos viria a ser fundamental para a conquista do título mundial desse ano e dos dois seguintes, chegando ao final da sua carreira com 18 vitórias em provas do “Mundial”.

Mas, de todas, talvez não existam mais importantes do que as conseguidas no Monte Carlo.

Há 50 anos, com partidas de Monte-Carlo, Atenas, Estocolmo e Varsóvia e de Agadir (isso mesmo, em Marrocos, de onde arrancaram 13 equipas), o nº 1 até foi atribuído a um Stratos, o da dupla Jean-Claude Andruet-Yves Jouanny, mas seria o Lancia com nº 14, o de Munari-Mannucci, o vencedor dessa edição, já com as cores da Alitalia.

Depois, em 1976 (com o nº 10) e 1977 (com o nº 1), trocando de navegador – Mario Mannucci cedeu o lugar a Silvio Maiga –, Sandro Munari voltou ao Monte, para somar mais duas vitórias (ele que já tinha triunfado na prova em 1972, então ao volante de um Lancia Fulvia 1.6 HF).

Três triunfos consecutivos, algo de inédito até 1984, ano em que Walter Röhrl igualou o feito, sendo que posteriormente Tommi Mäkinen, entre 1999 e 2002, somou quatro vitórias consecutivas, ainda antes de Sébastien Ogier, de 2014 a 2016, ter estabelecido o máximo de seis êxitos consecutivos, ele que é o recordista de vitórias no Monte Carlo, com nove primeiros lugares.

Voltando ao Stratos, a sua carreira, em termos de “Mundial”, prosseguiria até à década de 80, sendo o último êxito a vitória na Volta à Córsega de 1981, tendo como piloto Bernard Darniche.

Para além do francês, Jean-Claude Andruet, Björn Walgegaard, Markku Alen, Tony Carello e “Tony” Fassina também venceram ralis do “Mundial” com o Stratos. Nenhum, porém, tantas vezes como Sandro Munari, que levou o singular Lancia ao lugar mais alto do pódio por sete vezes.