Pequeno Innocenti, desenhado nos ateliers da Bertone, foi apresentado no Salão de Turin de 1974.
Faz hoje 50 anos, a 30 de Outubro de 1974, abriu as suas portas mais um edição do Salão de Turin. Entre as poucas novidades, destacou-se um novo modelo da Innocenti, a reinterpretação de Marcello Gandini do icónico Mini.
O destino da Innocenti – fundada nos Anos 30, destacando-se pelo fabrico da célebre Lambretta – começou a cruzar-se com o da British Leyland quando a empresa italiana decidiu entrar no mundo das quatro rodas.
Foram vários os modelos britânicos “adoptados” pelos italianos, mas nenhum teve tanto peso como o icónico Mini, que foi montado pela Innocenti, com alguns detalhes que o distinguiam do original, entre 1965 e 1975.
A aproximação era tão grande que em 1972 a British Leyland acabou mesmo por adquirir a Innocenti.
Nomeado para dirigir a operação, Geoffrey Robinson encontrou nos arquivos da empresa dos arredores de Milão dois estudos – um de Giovanni Michelotti e outro de Marcello Gandini, feito ao serviço da Bertone – do que os italianos sonharam poder ser o “seu” Mini.
O design de Gandini foi reapreciado e, após dois anos de desenvolvimento, nasceu o Innocenti Mini, nas versões 90 e 120, foi apresentado no Salão Automóvel Turin.
De linhas estreitas e quadradas, o pequeno automóvel parece muito moderno. Com apenas três metros de comprimento, aproveitado as rodas nas extremidades, a porta traseira e uma superfície de vidro muito grande. Linhas tensas, típicas de Gandini.
Ainda hoje, o Mini italiano parece futurista na sua simplicidade.
No lançamento existiam dois motores de quatro cilindros: o de 998cc (49 CV), para o modelo “90”, e 1.275cc (65CV) para o “120”.
Logo no lançamento, o êxito foi imediato, em especial junto do público feminino, que foi quem mais comprou o Innocenti Mini – diz-se que os ingleses chegaram a pensar em substituir o Mini original pelo italiano… –, cuja vida haveria de durar duas décadas, terminando com cerca de 350 mil unidades vendidas.
É certo que esse somatório total já foi atingido num cenário completamente diferente: a falência e consequente nacionalização da Leyland, em 1975, levou a que a Innocenti tenha sido vendida, no ano seguinte, a Alejandro De Tomaso.
Mais tarde, em 1982, acabou o acordo de fornecimento da mecânica britânica e o Innocenti Mini passou a ser equipado por motores de três cilindros fabricados pela Daihatsu.
A história não acabou aí, uma vez que em 1990 a Innocenti foi adquirida pela Fiat, que mudou o nome ao Mini, passando a chamá-lo de “Small”. Terminou a carreira, primeiro com dois modelos, o Small 500 (cilindrada 659cc e 31CV) e o Small 990 e por fim com o Small 500 SE, que montava o motor de 659cc na carroceria do 990.
Como dissemos, uma carreira com cerca de 350 mil unidades vendidas, 150 mil das quais com motor japonês.
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