Lauda conquistou o seu terceiro título, por meio ponto… que Prost poderia ter somado no Mónaco.
Há 40 anos, 21 de Outubro foi um domingo. O dia em que, após 24 anos de ausência, a Fórmula 1 voltou a Portugal, para a realização do 16º e último Grande Prémio da época. O dia em que, no Estoril, Niki Lauda, por meio ponto, conquistou o seu terceiro título mundial.
O 13º G.P. de Portugal não foi de azar para Lauda, mas para o seu então companheiro de equipa Alain Prost.
Depois de Nelson Piquet ter rubricado a pole-position, ficando com Prost a seu lado, Lauda não foi além do 11º lugar da grelha de partida.
Tudo levava a crer, então, que o título seria para o francês.
A 20 voltas (de um total de 70) do fim, Prost estava em primeiro, o Lotus de Nigel Mansell em segundo e Lauda (que na volta seguinte fez o melhor tempo em corrida) recuperara até terceiro.
A balança continuava a favorecer o francês.
Só que as corridas só acabam no fim e, na volta número 52, Mansell teve de ir às boxes, com uma avaria nos travões. Lauda subia a segundo e assim seguiria até ao final, terminando a corrida com os dois McLaren-TAG na primeira e segunda posições.
No total do ano, Lauda somou 72 pontos e Prost 71,5.
Completou o pódio um jovem que começava a dar nas vistas e que nessa altura terá pensado no que se passara, meses antes, no G.P. do Mónaco: Ayrton Senna.
É que, com o resultado de Portugal, Prost perdeu o título por meio ponto, pelo facto de a sua vitória no Principado só ter valido metade dos pontos (4.5 em vez dos 9 habituais à época).
Tudo isso em consequência de Jacky Ickx, director do G. P. do Mónaco, ter dado como terminada a corrida quando, sob forte chuva, o jovem Senna, num “modesto” Toleman, se preparava para ultrapassar Prost e, quem sabe, vencer no Principado.
Se essa corrida tem ido até ao final e Prost tivesse terminado em segundo teria somado seis pontos (e não os 4,5) e teria sido campeão.
Senna nunca o afirmou publicamente, mas terá pensado: “Justiça divina”.
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