Porsche de 1955 é a estrela do catálogo da RM/Sotheby’s para Tegernsee.
A RM/Sotheby’s realiza no próximo sábado em Tegernsee um leilão que tem como estrela um Porsche 550 Spyder que teve como destino original… Portugal.
Uma das 90 unidades fabricadas daquele que foi o primeiro Porsche concebido para competição, esta unidade, o chassis 0038, com o motor P90031, foi dado como pronto no dia 29 de Abril de 1955.
De imediato foi enviado para Portugal – tendo vindo uma segunda unidade dos 550 Spyder, destinada a Joaquim Filipe Nogueira –, para ser entregue ao seu primeiro proprietário, D. Fernando Mascarenhas, piloto de reconhecidos méritos, que, aliás, no final do ano se sagraria campeão nacional de Grande Turismo de Série (tendo dividido a época pelo Porsche, por um Ferrari 500 Mondial e por um Mercedes-Benz 300 SL).
Antes disso, quando chegou a Lisboa, o automóvel começou por ficar em exposição no stand da Guérin nos Restauradores, para que o público da capital o pudesse admirar.
Tendo recebido a matrícula CB-22-21, a sua estreia em competição veio a acontecer no Grande Prémio de Portugal, disputado no Circuito da Boavista, no Porto, em Junho de 1955, seguindo-se a participação na Taça Governador Civil de Lisboa, que teve lugar no Circuito de Monsanto um mês depois, corrida que foi ganha por Stirling Moss ao volante de um carro idêntico.
Depois, ainda no mesmo ano, alinhou nos 500Km de Nürburgring, onde foi obrigado a desistir.
Tendo D. Fernando Mascarenhas vindo a falecer num acidente de viação em 1956, o 550 Spyder foi vendido, em 1958, a Cipriano Flores, que com ele competiu nos anos seguintes, em circuitos e em ralis.
Com o falecimento de Cipriano Flores o Porsche 550 Spyder passou para a propriedade do seu filho, César Flores.
Segundo a leiloeira, César Flores, nos anos 80 do século passado, tentou restaurar o 550 Spyder, confiando à própria marca esse trabalho.
A carroçaria foi recuperada pela empresa que a construiu originalmente, a Wendler, sendo que nessa altura a cor (originalmente branca) passou a cinzento prata e o interior de bege passou para preto.
Desde do fim do restauro, o 550 Spyder não voltou a andar e o seu motor não é colocado a trabalhar desde Julho de 2010. Apesar desse “detalhe” uma coisa é certa: continua a ser um “matching-numbers”, o que faz dele uma peça avaliada entre 3,5 e 4,2 milhões de euros.
Foto: RM/Sotheby’s
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