Êxito (que não foi a primeira vitória internacional…) confirmou as qualidades de um modelo que se tornaria histórico.
Não aconteceu faz hoje 50 anos (na verdade a efeméride passou há dois dias) e também – ao contrário do que, desde esta manhã, se tem escrito em toda a Europa – não foi a primeira vitória internacional do Stratos. Mas é uma data importante na história da Lancia e de um modelo que lhe daria três título mundiais.
A importância do Stratos na história da Lancia é tão grande que a marca decidiu realizar, no fim-de-semana, um evento especial, que teve lugar no Circuito de Remparts d’Angoulême, em França, destinado a comemorar os 50 anos do êxito no Tour Auto de 1973.
Nascido em 1970, no atelier da Bertone, com desenho de Marcello Gancini – ainda com o nome de Zero e montando um motor do Fulvia – o Lancia Stratos HF foi mostrado no Salão de Turin de 1971 (novamente no stand da Bertone), montando aquele que viria a ser o seu motor, uma unidade que a Ferrari fabricava para o Dino 246.
Apesar da “benção” de Enzo Ferrari para que o projecto viesse a avançar – a “luz verde” foi dada a 2 de Fevereiro de 1972, quando Il Commendatore telefonou para a Lancia a dar os parabéns pela vitória no Monte Carlo –, foi inicialmente difícil a concretização do projecto.
Para homologar o Statos, a Lancia necessitava de 500 motores Ferrari e o fornecimento foi “travado”, durante meses, pela… Fiat.
A estreia do Lancia Stratos num rali internacional, pontuável para o “Europeu”, acabaria por se verificar a 8 de Abril de 1973, aqui ao lado, em Espanha, no Rally Firestone, terminando com uma vitória da dupla Sandro Munari-Mario Mannucci.
Em Maio, Munari, fazendo equipa com Jean-Claude Andruet, alinhou com o Stratos na Targa Florio – terminaram em segundo – e só em Setembro (de 14 a 23) aconteceria a participação agora celebrada, que culminou com o triunfo no vulgarmente denominado Tour Auto, oficialmente “XVIII Tour de France Automobile”.
Homologado em Grupo 4 apenas a 1 de Outubro de 1974, o Stratos foi fundamental para a conquista do título mundial desse ano e dos dois seguintes, chegando ao final da sua carreira com 18 vitórias em provas do “Mundial”, as duas últimas (na Volta à Córsega de 1979 e de 1981) pela mão de Bernard Darniche, que foi este fim-de-semana a estrela do evento promovido pela Lancia.
No total, Darniche venceu com o Stratos dois Campeonatos da
Europa de Ralis e quatro provas do “Mundial”, onde o piloto girondino somou sete triunfos.
Jean-Claude Andruet, Björn Walgegaard, Markku Alen, Tony Carello e “Tony” Fassina também venceram provas do “Mundial” ao volante do Stratos, mas ninguém o fez tantas vezes – sete – como Sandro Munari, primeiro navegado por Mario Manucci, depois por Silvio Maiga.
Foto: Comunicação Stellantis Portugal
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