Modelo só fez uma prova, mas marcou o futuro dos automóveis de competição.
A 2 de Julho de 1923 (fez no passado domingo 100 anos) cerca de 300 mil pessoas marcaram presença no Circuito de Tours para assistir ao Grande Prémio de França. Testemunharam a estreia (e única prova) do revolucionário Bugatti Type 32 “Tank”.
Depois de um inovador protótipo, a Bugatti fabricou mais quatro unidades do Type 32 e todas alinharam na grelha de partida do Grand Prix.
Numa prova que consistia em 35 voltas a um traçado de 22,83 quilómetros, desenhado por estradas públicas, o único dos Bugatti a terminar, conduzido pelo francês Ernest Friderich – os outros foram confiados aos pilotos franceses Príncipe de Cystria e Pierre Marco e ao espanhol Príncipe de Viscaya – cortou a meta na terceira posição, batido por dois pilotos da Sumbean.
Apesar do resultado animador, a Bugatti não mais fez alinhar o “Tank”, antes apostando no desenvolvimento do mítico Type 35, que tantas vitórias viria a dar à marca.
Apesar de sua curtíssima carreira, o Type 32 provou ser um exercício inestimável para a Bugatti e muitas das lições aprendidas acabaram por pagar dividendos. Em particular, a crença de que a eficiência aerodinâmica poderia desempenhar um papel fundamental e decisivo na competitividade.
Aproveitando os ensinamentos recolhidos com o Type 32, em 1936 a Bugatti criou o 57C – também ele conhecido como “Tank” –, que viria a vencer o Grande Prémio de França daquele ano assim como as 24 Horas de Le Mans de 1937, sendo que o Type 57S “Tank” venceu as 24 Horas de 1939.
Confirmava-se, então, a validade das ideias de Ettore Bugatti ao criar o Type 32 e os modelos de carroçaria aerodinâmica que se lhe sucederam.
Lamentavelmente, seria a conduzir o “Tank” vencedor em 1939 em Le Mans, que Jean Bugatti (filho de Ettore) encontraria a morte, a 11 de Agosto desse mesmo ano, ao despistar-se quando, durante um teste de estrada, se desviou de um ciclista.
O Type 32 ainda hoje é instantaneamente reconhecível por muitos fãs de automobilismo, uma criação icónica e inovadora. Hoje esta obra-prima da Bugatti está à guarda do Musée National de l'Automobile em Mulhouse, França, e ainda pode ser vista competindo em acção em algumas corridas históricas.
Fotos: Bugatti
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