Leilão da Retromobile movimentou 36,5 milhões, mas o Ferrari 250 LM ficou sem comprador.
Com o leilão da Artcurial, o único oficial do programa da Retromobile, chegaram ao fim as vendas de Paris. Com um sentimento misto, como o da garrafa meio cheia ou meio vazia. Dos 90 milhões esperados, “apenas” se movimentaram 36,5 milhões de euros e o Ferrari 250 LM (a vedeta do catálogo) ficou por vender.
O facto do Ferrari 250 LM Barchetta, com carroçaria Pininfarina, ter ficado sem comprador não foi em Paris algo de singular. Nos três leilões da Cidade Luz – para além do da Artcurial, o da Bonhams e o da RM/Sotheby’s – foram tantos os automóveis de elevado valor que ficaram sem comprador que a sua reunião dava para fazer um leilão histórico…
Mas, voltando ao 250 LM, “irmão” do último Ferrari a ter ganho as 24 Horas de Le Mans, registe-se que ele subiu ao palco sem valor anunciado, sendo que existiam informações que davam os 25 milhões de euros como mínimo para ser vendido.
No leilão, o lance mais alto foi de "apenas" 20 milhões e a sessão terminou com o 250 LM parado, sendo que hoje, ao final do dia, alguma Imprensa especializada francesa dava conta de que, após o leilão, foi atingido um acordo entre vendedor e comprador que permitiu a transação.
Voltando ao leilão, foi outro Ferrari, o 340 America Barchetta Touring Superleggera, de 1951 (na imagem), o “campeão” da venda, ao ser arrematado por 5.706.000 euros, o que fez dele o Clássico mais valioso dos três leilões de Paris.
Uma de sete unidades construídas, este 340 America – à época o Ferrari mais potente, que brilhou em algumas das mais importantes provas, como as 24 Horas de Le Mans e o Tourist Trophy de 1951, as 12 Horas de Sebring de 1953 ou Daytona Speed Week de 1954 – estava na mesma garagem há 48 anos, com toda a sua história documentada.
Desde 1975 que se encontrava na Colecção Bart Rosman, piloto e mecânico holandês, falecido em 2021.
O valor do 340 America ficou dentro do intervalo estimado – entre cinco e oito milhões – tal como aconteceu com os dois automóveis que se lhe seguiram em valor e provenientes da mesma colecção: o Bugatti Type 35C, de 1929, vendido por 2.216.800 euros, e o Type 43 Grand Sport “Prima Dona”, de 1931, vendido por 1.530.400 euros.
No final dos dois do leilão da Artcurial, foram vendidos 166 dos 217 automóveis em catálogo e movimentados os referidos 36,5 milhões de euros.
Não fossem as estimativas (demasiado) optimistas e até se poderia dizer que a garrafa estava meio cheia…
Foto: Artcurial
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