Mauro Forghieri (1935-2022)

Braço direito de Enzo Ferrari, levou a marca, como director técnico, a sete títulos mundiais de construtores e quatro de pilotos.

Mauro Forghieri, o braço direito de Enzo Ferrari entre 1963 e 1984, faleceu hoje, com 87 anos. Apenas na Fórmula 1, com o seu engenhou, ajudou a Ferrari a conquistar sete títulos de Construtores e quatro de Pilotos.

Apesar do ar calmo, Forghieri era conhecido no seio da Ferrari como o “Fúria”, o que ilustra o seu carácter forte e impetuoso, que em muito contribuíram para o êxitos da marca de Maranello.

Nascido em Modena, a 13 de Janeiro de 1935, aos 25 anos, com a licenciatura em Engenharia Mecânica concluída na Universidade de Bolonha, Forghieri seguiu os passos do pai e foi admitido na Ferrari.

Cerca de dois anos depois, na sequência da “Revolta do Palácio” e da consequente purga dos principais técnicos da marca, Enzo Ferrari decidiu confiar os destinos técnicos da marca ao jovem engenheiro.

Uma aposta que em pouco tempo começou a dar resultados, uma vez que logo em 1964 a Ferrari e John Surtees chegaram ao título mundial.

Daí para a frente, sob a direcção de Forghieri, a Ferrari conseguiria mais seis títulos de Construtores (1975, 76, 77, 79, 82 e 83) e três de Condutores (Lauda, em 1975 e 1977, e Jody Scheckter, em 1979).

Forghieri deixou o posto de director técnico em 1984, passando a trabalhar em modelos de série, antes de sair da Ferrari, em 1987.

Seguiu depois para a Lamborghini, onde reencontrou a F.1, brevemente, trabalhando no desenvolvimento do motor V12 que correu em 1989 e 1990. Entre 1992 e 1994, foi director técnico da Bugatti e, neste ano, fundou a Oral Engineering Group, empresa de design mecânico.

A sua última aparição pública teve lugar no passado dia 13 de Janeiro, quando, por ocasião do seu 87º aniversário, o Município de Modena lhe concedeu a cidadania honorária, pela sua contribuição para o desenvolvimento da indústria automóvel. 

Nessa altura disse estar “emocionado, por receber este reconhecimento da minha cidade", acrescentando: “Durante a minha carreira tive muitas oportunidades de ir trabalhar para o exterior, mas sempre recusei, porque isso significaria sair de Modena”.