Participação nas Mille Miglia – onde se apresentaram os icónicos “Gullwing” – faz hoje 70 anos.
Dia 4 de Maio de 1952. À chegada a Brescia, no final da 19ª edição das Mille Miglia, a dupla da Ferrari Giovanni Bracco-Alfonso Rolfo celebrou a vitória. A maioria dos olhares, porém, iam para dois outros automóveis: os novos Mercedes-Benz 300 SL, que deram corpo ao regresso à competição da marca germânica. Uma estreia… sem vitória.
Curiosamente, a participação nas Mille Miglia, uma das cinco provas de 1952 em que a Mercedes apostou, foi a única em que os 300 SL não venceram…
Decidido o regresso às competições, depois da paragem provocada pela Guerra, o projecto W 194 (é esse o nome de código do primeiro dos 300 SL) arrancou em 1951, sendo rápida a sua concretização.
A 12 de Março de 1952, a Mercedes chamou a Imprensa para uma sessão de apresentação do novo modelo, que teve como palco o troço da auto-estrada A 81, entre Estugarda e Helbronn.
No final de Abril, a equipa, liderada pelo mítico director Alfred Neubauer, seguiu para Itália, com dois automóveis, que seriam confiados às duplas Rudolf Caracciola-Peter Kurrle e Karl Kling-Hans Klenk.
Apesar de um acidente nos treinos, envolvendo o carro de Kling, os dois Mercedes, com os números 613 e 623 alinharam à partida e a meio da prova até lideravam.
Fruto da juventude da máquina, não foi possível segurar o primeiro lugar e o Ferrari 250S Berlinetta Vignale chegou a Brescia com cerca de quatro minutos de vantagem sobre o Mercedes de Kling-Klenk. Caracciola e Kurrle, a contas com problemas de radiador (tiveram de parar quatro vezes nos últimos 150 quilómetros) caíram para fora do pódio, terminando em quarto lugar.
Vencida mas não convencida, a Mercedes deu continuidade ao seu programa: pouco depois, venceu o Grande Prémio de Berna, depois as 24 Horas de Le Mans, a seguir o Eifel Grand Prix, em Nürburgring. No final do ano, o programa de cinco corridas terminou com a vitória na Carrera Panamericana.
O regresso da Mercedes à competição era um êxito e o 300 SL dava início a uma carreira, na competição e na estrada, que faria dele um dos marcos mais importantes na História do Automóvel.
Fotos: Daimler Media
A dupla Karl Kling-Hans Klenk, segundos no final.
Rudolf Caracciola-Peter Kurrle, quartos no final.
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