Teremos sempre Paris…

Bonhams e R/Sotheby’s (indiferentes ao adiamento da Retromobile) realizaram, com êxitos, os seus leilões da Cidade Luz.

Indiferentes ao adiamento da Retromobile, a Bonhams e a RM/Sotheby’s realizaram na semana passada os seus leilões anuais da capital francesa. E, mesmo sem contar com a deslocação dos visitantes do salão da Cidade Luz, o certo é que fizeram vendas de valor muito assinalável. Como Bogart dizia no “Casablanca”, “Teremos sempre Paris”…

Movimentando, no conjunto dos dois leilões, cerca de 44 milhões de euros, a venda da Bonhams, sob o título “A Grandes Marcas do Mundo”, acabou por ter como veículo mais valioso não um Clássico mas o contemporâneo Ferrari LaFerrari, de 2014, vendido por dois milhões e meio de euros.

Entre os Automóveis Antigos o mais valioso, tal como se previa, acabou por ser o Porsche 904 GTS, de 1964 (que em tempos foi do actor Robert Redford), vendido por 1.345.500 euros, valor situado entre o mínimo e o máximo estimado previamente.

Sorte diferente teve outra das vedetas do catálogo da leiloeira britânica, o Bugatti Type 57 C, modelo de uso pessoal de de Ettore Bugatti, que teve como maior oferta 1,4 milhões de euros, valor que não chegou para convencer o vendedor, que pretendia, no mínimo, 1,7 milhões.

Já um Bugatti Type 57 Cabriolet, de 1935, com carroçaria Vanvooren, integralmente restaurado em 2019, foi vendido por 770.500 euros, valor praticamente idêntico ao que foi pago por uma das vedetas da venda: um Pipe Serie E 15CV Four-Cylinder Rear-Entrance Tonneau, de 1904, um recorde para este modelo movido por um motor de quatro cilindros, 2,5 litros, elegível para participar no Londres-Brighton.

E não foi o único Veterano a ser vendido por preço elevado, uma vez que um Panhard et Levassor A2 7HP Tonneau, de 1902 (que apenas teve quatro proprietários em 120 anos de vida) foi vendido por 379.500 euros, enquanto que um De Dion Bouton Type N 6CV, de 1903, se ficou por uns “modestos” 52.900 euros.

No leilão da RM/Sotheby’s, que tinha como parte central a venda dos Ferrari da Colecção Petitjean, os modelos de Maranello confirmaram o que deles se esperava.

O mais valioso acabou por ser um 288 GTO, de 1985, que teve como lance mais alto os 3.464.375 euros, sendo seguido de perto por um F50, de 1996, que mudou de mãos por 3.436.250 euros.

Entre os mais antigos, o 275 GTB/4 Scaglietti, de 1966, subiu até 2.367.500, enquanto que o 250 GT/L Berlinetta Lusso, igualmente carroçado por Scaglietti, chegou a 1.186.250 euros.

Perto (mas sem lá chegar) do milhão de euros ficaram um Mercedes-Benz 300 SL Roadster, de 1958 (vendido por € 916.250), e um Fiat 8V Coupé, de 1954 (€ 905.000).

A maior surpresa do leilão acabou por ser o preço pago por um Ferrari Meera S, de 1983, carroçado por Michelotti para a família real saudita. Foi vendido por 432.500 euros, ou seja, mais 245% do que o valor estimado…

Foto: Bonhams