Citroën 2CV Charleston: paixão ou loucura?

 

Modelo de 1990 (nunca matriculado) foi vendido por 141 mil euros.

Em Junho passado a leiloeira francesa Aguttes conseguiu vender por 47.560 euros um Citroën 2CV Charleston, de 1982. Um valor bastante elevado, mas que fica muito longe do agora realizado: a mesma leiloeira levou até 141.960 euros um outro Charleston (este de 1990), que nunca foi matriculado.

Se o modelo vendido em Junho se destacava pelo facto de se apresentar apenas com 39 quilómetros percorridos – 9km quando o automóvel foi levantado e 30km nas mãos de quem o comprou – o que agora foi vendido em Paris é aquilo que poderemos chamar de um automóvel “novo”.

Provavelmente, os 9 quilómetros que apresenta e que segundo a leiloeira correspondem a testes pós-fabrico, foram percorridos em Portugal, na região de Mangualde, o único local onde se fabricaram os 2CV a partir de 1988.

Levado a leilão, na véspera do arranque do Tour Auto, com um valor estimado entre os 50 e os 70 mil euros, o 2CV acabou por ser disputado em sala, acabando por ter como lance mais alto 120 mil euros, o que, quando somadas as taxas, elevou o valor a pagar para 141.960 euros.

Segundo a leiloeira existem alguns Citroën Charleston “quase novos” de proprietários (como o que foi vendido em Junho) que os compraram e logo os guardaram com fins especulativos.

Acrescenta a Aguttes que não é esse o caso do automóvel agora vendido. Foi entregue pela Citroën a um concessionário que nunca o vendeu, nem, tão pouco, chegou a solicitar a respectiva matrícula, tendo sido vendido acompanhado do documento “Demande de certificat d’immatriculation d’un véhicule neuf “.

Curiosamente, o último 2CV fabricado, concluído a 27 de Julho de 1990, foi também um Charleston, embora na combinação de cores cinza (Cormoran e Nocturne), modelo que se encontra actualmente em Paris, no Museu Citroën.

Foto: Aguttes