Ferdinand Porsche fundou seu gabinete de design, em Estugarda, a 25 de Abril de 1931.
Aos 55 anos de idade e então já com mais de três décadas de trabalhos no mundo automóvel, Ferdinand Porsche decidiu assumir, em 1931, o seu apelido como nome para o seu próprio gabinete de engenharia. Tendo como sócios minoritários o seu genro Anton Piëch e o empresário e piloto Adolf Rosenberger, Ferdinand Porsche registou a 25 de Abril de 1931 a Porsche Gmgh, que chega aos dias de hoje como Porsche Engineering.
Já depois de ter emprestado o seu saber e talento a projectos de marcas como a Lohner, a Austro-Daimler e a Daimler Motoren, Ferdinand Porsche decidiu criar um gabinete – com a complexa denominação completa de "Dr. Ing. h.c. F. Porsche Gesellschaft mit beschränkter Haftung, Konstruktion und Beratung für Motoren und Fahrzeugbau" – que prestaria os seus serviços aos fabricantes que o solicitassem.
Começaria a actividade imediatamente, com a Wanderer – marca que viria no ano seguinte a ser englobada na Auto Union –, desenvolvendo o projecto Porsche Typ 7, que daria origem aos Wanderer W21-22.
Menos de dois anos depois, o gabinete de Porsche desenvolveria o seu projecto nº 22, que correspondeu ao Auto Union Typ C, o carro criado para fazer frente aos “Flechas de Prata” da Mercedes-Benz.
Em 1934 o gabinete de Porsche recebeu a encomenda do Reich de desenvolver o deveria ser “o automóvel do povo”, o Volkswagen, modelo que viria a ser apresentado em 1939, como KdF Wagen.
Com aquele projecto a ter o código interno de Porsche Typ 60, em 1938 o gabinete de Ferdinand Porsche recebeu uma encomenda da Volkswagen para desenvolver um carro de corrida baseado no Typ 60.
O objectivo era competir numa corrida de longa distância, que ligaria Berlim a Roma. Com a designação interna de Typ 64, os engenheiros da Porsche desenvolveram três coupés de corrida, com carroceria aerodinâmica de alumínio, caixas de roda cobertas e motor boxer Volkswagen modificado.
Já depois de terminada a Guerra, o primeiro grande pedido ao Gabinete Porsche veio da empresa italiana Cisitalia. O resultado, foi o carro de corrida Typ 360, concluído em 1947, que apresentava um chassi de última geração, com braços de controle longitudinais duplos na frente e um eixo de suspensão independente e duas juntas homocinéticas na parte traseira, bem como tração nas quatro rodas.
Encomendado por Piero Dusio, o patrão da Cisitalia, o Typ 360 nunca chegou a correr, mas a Porsche recebeu pelo seus serviços.
Foi, aliás, com esse dinheiro, que a família pagou a libertação de Ferdinand Porsche, que após a Guerra tinha sido levado para uma prisão em Dijon.
Só assim foi possível, em 1948, na cidade austríaca de Gmünd, a Porsche, enquanto construtor, ter começado a ter existência própria.
Hoje a empresa criada há 90 anos tem continuidade com a Porsche Engineering, subsidiária da Porsche AG, que nas últimas décadas trabalhou para a casa-mãe, mas também desenvolveu modelos como o Mercedes-Benz 500 E, o Audi Avant RS2 e, até, a Opel Zafira.
Foto: Porsche AG
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