Um dos cinco que chegaram a Portugal em Junho de 1967, está à venda em Itália.
Em Junho de 1967 chegaram a Portugal cinco Lotus 47 GT. Destinavam-se a um naipe de pilotos de elite no automobilismo de então. Um deles seria para Manuel Nogueira Pinto. Passados todos estes anos, imaculadamente restaurado, encontra-se agora à venda, em Itália, por 155 mil euros.
Anunciado no site www.lesanciennes.com, o Lotus 47 GT com o chassis #21 encontra-se decorado com as cores (verde e amarelo) com que correu, embora não por muito tempo, Manuel Nogueira Pinto.
A história do automóvel é totalmente conhecida. Importado pela Palma & Morgado, fazia parte, como dissemos, do lote de cinco unidades que então vieram de Inglaterra, tendo como destinatários, para além de Nogueira Pinto, Luís Fernandes, Aquiles de Brito, Carlos Santos e José Lampreia.
Por muitos designado como o Lotus Europa de corrida – ao contrário daqueles, com motor derivado do Renault 16, para além de muitas outras diferenças, o 47 era dotado de um motor Ford Cosworth Twin Cam, de 1,6 litros, que debitava 165 cavalos – fizeram a sua estreia pouco depois, a 9 de Julho desse mesmo ano, no Circuito de Vila Real.
Apenas dois dos cinco estiveram na corrida transmontana, o de Carlos Santos, que terminou a corrida em segundo, e o de Mané Nogueira Pinto, terceiro no final, resultado que repetiria em Montes Claros, antes de ser sexto em Vila do Conde.
O Lotus 47 GT foi depois embarcado para o Brasil, onde deveria participar nas Mil Milhas Brasileiras, com a dupla Nogueira Pinto-Andrade Vilar, o que acabou por não acontecer, uma vez que os pilotos entenderam que o carro não era o ideal para a pista de Interlagos.
No início de 1968 o Lotus 47 GT #21 é vendido a Jorge Fausto de Figueiredo, que o levou para Angola, onde efectua algumas provas – foi segundo no Circuito Palanca Negra, de 1968, apenas batido pelo Lotus 47 de Carlos santos –, antes de o vender ao piloto Waldemar Silva.
A história do Lotus é retomada, já nos anos 80, onde aparece à venda em Itália, tendo sido comprado por um coleccionador brasileiro, que o manteve por décadas, até que o mandou restaurar completamente, fazendo-o regressar às pistas em 2019.
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