Maserati recorda-nos Maria Teresa de Filippis, a primeira a qualificar-se para um Grande Prémio.
Hoje, Dia Internacional da Mulher, a Maserati decidiu evocar a memória de Maria Teresa de Filippis, a primeira mulher a chegar a uma grelha de um Grande Prémio. Associamo-nos à evocação desta Grande Senhora, que correu no Circuito da Boavista (que revisitou em 2005, aquando do regresso das corridas ao traçado portuense), no Grande Prémio de Portugal de 1958.
Nascida em Nápoles, a 11 de Novembro de 1926, no seio de uma família aristocrática, tudo indicava que viria a ser uma desportista, no campo do… Hipismo. No entanto, seria o Automobilismo a projectá-la, a ele se mantendo ligada – nomeadamente como presidente honorária da Associação de Antigos Pilotos de F. 1 e presidente do Club Maserati – até ao dia da sua morte, a 9 de Janeiro de 2016.
Verdade ou lenda, sempre se escreveu nas biografias de Maria Teresa que o seu envolvimento com o desporto automóvel foi consequência de uma aposta com os seus irmãos, que a provocavam, dizendo que nunca seria veloz ao volante de um automóvel.
Ainda não tinha completado 22 anos quando, em 1948, alinhou, com um Fiat 500 Topollino, numa prova local, entre Salerno e Cava de’ Tirreni, terminando com a vitória na sua classe.
Tinha então início uma carreira que, numa década, a levaria até ao topo.
Afirmando-se como piloto de primeira linha entre os seus compatriotas, teve a primeira oportunidade de contacto com o Circo da F. 1, com um Maserati 250F, no Grande Prémio do Mónaco de 1958, onde não conseguiu qualificar-se.
Mais sorte teve um mês depois, em Spa-Francorchamps, onde se qualificou em 15º, para depois, ao longo da corrida, subir até ao décimo lugar final, que seria o melhor resultado da sua carreira.
Nesse ano apresentar-se-ia em mais três grande prémios, mas só competiu em dois, em Portugal e em Itália. Em França não correu… por ter sido proibida de o fazer, por ser mulher.
"Uma jovem tão bonita como ela não deve usar nenhum capacete. A não ser o do secador do cabeleireiro”, afirmou, justificando-se, o director de prova, Toto Roche.
Uma posição sem réplica, que não chegou para travar a carreira de Maria Teresa, que nesse ano de 1958, além de ter corrido na Boavista, voltou a Portugal, para alinhar no Circuito de Vila Real, com um Maserati A6GCS da Scuderia Centro Sud, num ano em que contou com a companhia em pista de homens como Stirling Moss, Jean Behra e David Piper.
Tendo ainda alinhado num Grande Prémio de 1959, ao volante de um Porsche, abandonou as corridas logo depois, após a morte do francês Jean Behra, justificando a sua decisão com o facto de já terem morrido em pista “demasiados amigos”.
Casaria no final desse ano, optando então por não regressar às pistas, embora sem nunca se afastar do automobilismo.
Em vida, chamaram-lhe a "Senhora Fórmula Um" ou, com mais carinho, a "Princesa da Emoção". Veio a falecer, aos 89 anos, como dissemos, a 9 de Janeiro de 2016.
Veja o vídeo da Maserati
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